segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Experiência Imaginária #4

Azul! Uma superfície lisa, larga, azul... bem no meu defronte. Sobre essa superfície azul, com uma caneta vermelha faço um traço longo... a caneta, vermelha. Ponta fina, macia, toca a superfície azul, suavemente... e ao primeiro toque segue em movimento, indo rapidamente de um pra outro lado, em várias direções e sentidos, compondo diversas formas que formam uma mesma figura de rosto e corpo inteiro... esse ser vermelho, sobre a vasta superfície azul. Tem-se ali o esqueleto de um ser qualquer em um qualquer aonde... porém, isso não trata-se de um ser qualquer, em um qualquer aonde e para ratificar o que digo, começo a delinear as feições... com uma caneta verde coloco ali dois olhos tristes num rosto levemente inclinado para baixo e desço um traço fazendo um nariz e uma boca silenciosa... com uma caneta amarela faço diversos riscos rápidos que compõem uma cabeleira... delineio melhor os lábios preenchendo-os com vermelho... nos olhos um pouco de azul... faço um vestido violeta, um vestido longo, sem mangas, que deixa os braços à mostra... os braços caídos seguram uma flor. O olhar segue através da flor indo distante, vago, a ver o que não existe ali de fato... um outro ser, radiante, com olhar brilhante... altivo, a cabeça erguida, o corpo ereto, a boca entreaberta pronta a dizer palavras lindas... o poeta, naquele mesmo azul, os pés quase a tocar o chão coberto por uma imensidão de cores diversas e cheiros doces que se espalham à uma brisa suave... um sol alaranjado clareia esse dia que se perpetuará na melodia que o poeta há de vir a cantar... e enquanto isso, a moça triste, começa a se alegrar...

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