A partir de agora!
Não havia mais o que fazer... alguém gritava da janela lá do céu e enquanto isso, deixa eu ver o que irei lhe contar... porque não importa o jeito da palavra que eu digo! Alguém passava acendendo uma vela atrás de mim (atrás é com z ou com s?) pergunto entre parêntesis porque é só um pensamento que eu tenho enquanto vou escrevendo e eu penso e não respondo exceto sobre ela que ia andando dentro de casa, rastejando, melhor direi, aquela senhora dona lesma... escorrendo gosma do olhar...
Lá de Cantolíria... Querida senhora dona lesma, menina...
Aonde está você, menina? Aonde cê vai assim, desse jeito? Volta aqui! Não pode não, ué! Deixa que eu lhe explico: o sapato, um é do pé direito e o outro do pé esquerdo. Pronto! Muito simples. Mas!... o que o esquerdo faz? Porque ele é virado lá para o lado de lá? E porque que chama esquerdo?ah! isso eu não sei... e vai brincar.
Sim! pensar é coisa séria demais...
Sim! pensar é coisa séria demais...
Pois bem, você nunca viu essa cena? Pois bem: coço o meu queixo e digo de novo: você nunca viu essa cena, pois bem, vou lhe mostrar... a mãe, Gabriela... É! Meu nome é Gabriela, tenho trinta e dois anos, sou casada com o Paulo. Ótimo homem, bonito, esforçado. Meio pateta, sabe. Diferente de antigamente quando nós nos conhecemos... ele era esperto; forte; corajoso! Bonito, os olhos brilhavam e olhavam longe... pois é! Eu tinha certeza que ele seria um grande homem! Capaz de me cuidar e cuidar dos nossos filhos... e eu queria ter muitos, mas para isso é preciso se programar, porque filho custa caro... mas naquela época eu não pensava nisso, era tão ingênua. No vislumbre nos casamos... Dei boa tarde, bom dia, fiz tudo o que era preciso, mas... foi nessa época que eu descobri que já não o amava mais. Aí foi que o véu, que o cobria por inteiro, escorregou de si e ele ficou à minha mostra... e desgostei. Mas ali já tínhamos dois filhos... a Aninha e o Mateus. A Aninha tem oito anos e o Mateus só dois... gosto muito deles mas me sinto tão culpada de não ter conseguido dar à eles tudo o que eles merecem. Dá uma dor no peito... e aí também você vai descobrindo que eles não te respeitam, e... Ô Aninha!... Pára de pensar um pouco e vai brincar.
Sim! Pensar é coisa deveras séria. Melhor é brincar... e pronto. O mundo muito mais divertido, mais leve, feito o peso no ombro do moço. Brincar! É muito mais divertido... e pronto...
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