quinta-feira, 13 de maio de 2010

Realidades...

A mão gaguejava alguma coisa que deveria ser... mas sem saber por onde começar. A mão é estúpida demais, não consegue acompanhar o nexo de um endoidamento. Cala-se em reticências sem compreender do que continuar... Eram imagens fugazes que pernoitavam uns olhares displicentes... algures um chamado, feito toque de sinos, retumbantemente... havia lá nalgum lugar à beirada dum abismo um moço ameaçando a si, saltar. Olhava em derredor uma canção de ninar, enquanto misturavam-se riscos mal traçados, desordenadamente. Caiava o verbo a fachada dum casebre e de noitescência (acho que não existe essa palavra) uma luz amarelada avisava algum lugar. Um caos em cores, ajuntamento... enquanto de um e doutro canto alguém escorado persistia um lânguido alvorecer. Talvez dissesse numa outra linguagem, incomunicável, porém, aquilo descoberto nas entrelinhas de alguém... Acontece que persiste nalgum lugar uma chaminé, onde uma fumaça alaranjada coloria um céu violeta. (Alguém tentava dizer um por que). É difícil dizer por quê. Depois de um tanto caiu ao colo de um defunto companheiro um caderninho rabiscado, algumas palavras tortas, outras sem sentido faziam vagares capengas próprios de um desconforto, manco, em tentativas vãs de se sobreviver... Uma fotografia colada à parede... E inda nesse ajuntamento tão precário o velho banguela sorria o riso careca e segundo dizem morreu sem compreender...
... porém alegre...

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