Ajuntei palavras pra pintar num quadro... esta era a minha intenção. E ao tê-las juntas e as haver saboreado cada uma, com o cuidado dado pela atenção e porque não, prazer, de as ir redescobrindo... a palavra: sentido; forma; som. Ao tê-las juntas, bem ao meu alcance, uma variedade razoável, pude reorganizá-las, qual brinquedo de montar. Este era o meu método. E assim compus o quadro que se segue... vermelho... uma vasta superfície brilhante aonde traços grossos, verdes, simulavam uma frondosa plantação. E sob o arvoredo, traços, riscos pretos, gritavam um ser parecido com gente. De aspecto acabrunhado e, cabisbaixo, parecia, esse ser, metido em desespero, incongruente. Num outro ali, nem tão ao longe a esta cena, sob a mesma superfície avermelhada, uma mancha amarela dava luz àquela que o ignorava. E quem é ela? Bem, dois pingos de azul acendiam seus olhares, longes, videntes de uma outra realidade... o magenta, fazia assobiar seus lábios, delicadamente, sibilando o vento, que toques de azul faziam-no dar movimento ao verde, e ao alaranjado que formava os cabelos soltos, lisos, faceiros... a expressão cândida, o rosto levemente inclinado para cima... talvez fosse o próprio vento essa criatura... nesse entretanto, aquele outro ser permanecia lá no mesmo canto mais escuro em contraponto à luminosidade daquela outra parte da tela...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário